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Urso Tobias

Tobias, or not Tobias, that is the question. Divagações de um urso.

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Fim do Tabu

Bruno-Nogueira TABU

Terminou este Sábado a primeira temporada do programa do Bruno Nogueira, Tabu. Para quem não sabe no que consistia o programa era basicamente o seguinte. Todos os episódios tinham um tema (deficiências físicas, doenças terminais, obesidade, dependências e doenças mentais) normalmente considerado tabu ou ofensivo fazer humor, o Bruno Nogueira passava uma semana com os seus convidados para conhecer as suas histórias e no final fazia um espectáculo de stand-up sobre esse tema.

Ainda antes do programa ser transmitido eu achava que ira ser o melhor programa da televisão portuguesa dos últimos 5 ou 10 anos, pelo menos. Não me enganei.

Primeiro, teve o grande mérito de ter excelentes convidados, com histórias ricas, grande sensibilidade e capacidade de brincarem com as suas situações.

Depois, teve um Bruno Nogueira em alto nível, com capacidade de ouvir, envolver-se com os convidados e, ainda assim, não ficar receoso de fazer humor mais agressivo no espectáculo de stand-up. Isto demonstrou um respeito por si e pelo seu trabalho, mas especialmente pelos seus convidados ao não descriminá-los, indo por um humor que não é o seu.

Este programa foi a prova que fazer humor com assuntos mais sensíveis não quer dizer que não se tem empatia por quem sofre com esses problemas. Antes pelo contrário, muitas vezes quem faz humor nesse sentido é quem tem mais empatia e respeito ao tentar incluir todos.

Era bom que o mesmo tivesse servido para alguma, nem que fosse pouca, mudança de mentalidades, mas duvido muito. Basta ver muitas das opiniões de quem achou justificado o que se passou entre o Will Smith e o Chris Rock nos Oscars.

Um traço comum que se nota em quem acha aceitável o que o Will Smith fez é a vontade de silenciar o outro quando diz algo que não se gosta. O motivo da piada ou até o facto de ser uma piada é totalmente secundário, porque podia ser outra coisa qualquer e seria igual. É a incapacidade em ouvir algo não se gosta.

E isso existe também em muita gente que gostou do programa do Bruno Nogueira. Um certa hipocrisia ao atribuir genialidade ao Bruno por fazer piadas com assuntos tabu porque é um humorista que se gosta e já tem um certo status quo, mas depois voltar a chamar de bestas e afins a outros que fazem o mesmo simplesmente por não se gostar do trabalho ou não conhecer a pessoa.

As pessoas estão no seu direito para não gostar de determinadas piadas. São até livres para as acharem ofensivas para si. Daí até se colocarem intenções no outro ou tentar censurar o seu trabalho já vai um longo caminho.

SIC vs TVI - Fight!

angel-o.jpg

Ontem foi uma noite em grande na luta pela liderança na televisão generalista em Portugal. SIC vs TVI. "O rabo mais vigiado de Portugal" vs "A casa mais vigiada de Portugal".

A minha escolha foi pelo primeiro. Haver ainda tanta gente a ver o Big Brother em 2020 é um mistério para mim. É como ir ao jardim zoológico, ninguém vai lá todas as semanas para ver sempre os mesmos animais.

O documentário sobre a recuperação do Ângelo Rodrigues foi interessante. Ele contou «a sua verdade» (afirmação do próprio), relatando o que lhe aconteceu desde ter sido internado até agora à recuperação praticamente total. Não teve muito daquele aproveitamento escandaloso e sensacionalista como era meu receio que pudesse acontecer. Foi bom ver que o Ângelo levou aquilo para a frente e não teve medo da realização do documentário, mas também é verdade que só quem tem cu é que tem medo.

Podemos dizer que a injecção que o Ângelo Rodrigues deu a si próprio foi mau, mas ainda assim o álbum de música que lançou como Angel-O continua a ser a pior coisa que lhe aconteceu. Sem dúvida.

Deixando o humor negro agora um pouco de lado, é incrível ver como um rapaz inteligente como o Ângelo Rodrigues causou aquilo a si próprio. Mas também é bom ver que teve sorte e conseguiu lutar para superar as dificuldades na recuperação.

Todos nós cometemos erros ou temos decisões que nos arrependemos na vida e é difícil ficarmos marcados para sempre por eles.

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