Esta madrugada, a PSP interrompeu uma festa ilegal de sexo com troca de casais que decorria num estabelecimento em Ermesinde e multou 89 participantes. Isto é o que habitualmente se chama de empata-fodas, só que neste caso é mesmo no sentido literal da expressão.
Há muita gente que costuma ficar estupefacta por acontecerem coisas destas, em particular com a COVID-19 ainda tão presente. A meu ver há pouco de surpreendente nesta história. Ora vejamos...
Em primeiro lugar, acredito que a COVID-19 será uma das menores preocupações, em termos de doenças, que os participantes deste tipo de festas devem ter.
Depois o facto de haver festas de sexo em Ermesinde também não é de estranhar tendo em conta que é a terra das gajas boas, mesmo, mesmo boas. As melhores. Gajas. Ermesinde é o sítio certo para acontecerem eventos destes.
Até aqui tudo me pareceu relativamente dentro da normalidade. O que me chamou realmente a atenção foi serem 89 participantes num festa de troca de casais. Aposto que houve um que quando foi questionado pela polícia disse «Senhor agente, eu não participei. Estava só a ver o que se passava».
Como agora não há tantos carros a circular a polícia entretém-se na caça à multa noutras actividades.
Antes apanhavam indivíduos por posse ilegal de armas ou drogas, mas parece que agora o importante é multar estes bandidos por porte e consumo ilegal de gomas e de sandes mistas. Tudo para defender os próprios cidadãos dos perigos do colesterol e diabetes. É importante sabermos que as forças de segurança têm as prioridades bem definidas no combate ao crime.
A sorte dos gajos que fugiram em Corroios foi não estarem a comer na rua. Se estivessem, talvez a polícia não os tivesse deixado escapar tão facilmente.
Desde o início deste caso da morte de George Floyd que queria escrever um texto sobre o assunto, mas não queria que fosse a quente, porque assuntos destes não devem ser vistos precipitadamente. Como a temperatura sobre este caso está cada vez maior e não parece baixar decidi então avançar, mesmo podendo fazer julgamentos precipitados face ao que se possa vir a saber no futuro.
Este é um caso que me deixou bastante confuso. Não é normal ver-se um homicídio de uma pessoa gravado. Mais, não é normal ver-se o homicídio de uma pessoa ser efetuado por um agente da autoridade, alguém que deveria saber a lei e fazê-la cumprir adequadamente.
Deixou-me confuso também pelo facto de os agentes envolvidos terem sido logo demitidos, mas terem passado quatro dias até o responsável pela morte de George Floyd ser detido e acusado. Quando os despediram, podiam muito bem detê-los na mesma altura.
Finalmente, deixou-me confuso pela associação da morte logo a racismo. O que eu vi foi um homem algemado, imobilizado, a dizer que não conseguia respirar, enquanto um polícia tinha o joelho sobre o pescoço dele, sufocando-o. Neste comportamento eu vejo um abuso da autoridade misturado com um uso excessivo e desproporcional da força. Foi o racismo que fez os agentes procederem daquela forma? Não sei. Tanto pode ter sido como não. No entanto, não há nada ali que me diga que se tivesse sido numa detenção de um homem branco as ações tivessem sido diferentes. Agora que o agente foi detido, provavelmente irão investigar e ver se já teria outros casos anteriores que indiquem comportamentos racistas ou outros casos de violência policial, mas de momento ainda não se sabe de nada. Teremos de esperar para ver, sabendo que, independentemente das circunstâncias, será preciso que a Justiça cumpra a sua função e puna os culpados adequadamente.
Esta situação toda que deveria levar a manifestações de defesa de direitos humanos, independente da cor, foi aproveitada e desvirtuada, levando a pilhagens, tumultos, motins, e ataques às forças de autoridade. Isto é uma mistura explosiva. Num país em que qualquer pessoa pode ter uma arma, em que a criminalidade é violenta e que a ação policial é conhecida por ser musculada, entramos em ciclo na perpetuação de preconceitos e de violência. Nada de bom vai sair dali.
Podemos dizer com certeza absoluta que George Floyd foi morto devido a racismo? Não, não podemos. Podemos dizer que os incidentes posteriores vão despoletar mais racismo? Sem dúvida!