Menos cidadania, se faz favor
Isto hoje está animado. Dois temas no mesmo dia.
É que hoje apareceu uma notícia sobre um abaixo-assinado que junta quase 100 personalidades, entre elas Cavaco Silva e Passos Coelho, pelo direito à objecção de consciência de pais que não queiram filhos nas aulas de Educação para a Cidadania e o Desenvolvimento.
Sempre pensei que a sociedade queria que existisse mais Cidadania informada, mas afinal parece que não. Há 100 personalidades que dizem "Menos cidadania, se faz favor". É estranho, mas estamos em 2020, já pouco me espanta.
Apesar de achar esquisita esta ideia, devo dizer que me sinto tentado a ser a favor deste direito à objecção de consciência. Era desde logo um bom ponto de partido para identificar pais que são umas bestas e que querem que os seus filhos vão pelo mesmo caminho.
Ser cidadão e saber dos seus direitos e deveres não deveria ser uma questão de política de direita ou de esquerda, mas se o medo que está por detrás deste abaixo-assinado está relacionado com a introdução de ideologia política na cabeça das crianças, então não nos fiquemos só pelas aulas de Educação para a Cidadania e o Desenvolvimento. Desde já proponho que o direito à objecção de consciência deve ser alargada às restantes disciplinas. Quem me diz que o professor de História no decorrer do seu ensino não enche a cabeça dos meus filhos com determinada ideologia? Ou o de Português? Ou o de Filosofia? Direito a objecção de consciência já!
Pensem que se calhar o grande problema não é o que ensinam às crianças na escola, mas sim o que não ensinam em casa.