Não sei se já escrevi aqui sobre isto, mas, a forma como a comunicação social no geral e a CMTV em particular estão a pegar neste caso do rapaz que supostamente queria fazer um ataque na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, fez-me voltar a pensar nesta situação.
Rezem para que nenhum familiar vosso faça porcaria digna de ficar no radar da CMTV. É que eles vão acabar por investigar a família toda e descobrir tudo e mais alguma coisa sobre vocês, relacionando com o que se passou, apesar de não ter minimamente a ver com o caso.
Vão descobrir aquela vez em que roubaram duas pastilhas na mercearia do bairro. Vão descobrir que levaram cábulas para o teste de História. Vão descobrir daquela multa por excesso de velocidade. Vão descobrir daquela altura que não foram visitar os vossos avós.
Isto tudo para chegarem à conclusão que não são uma família normal e o quer que tenha acontecido já era esperado vir a acontecer. A rapidez com que se envia toda uma família para a lama é absurda. É este o tipo de jornalismo nojento e pouco ético que temos actualmente, um jornalismo espectáculo.
Isto não é nenhum rant contra o Twitter, nada disso. É simplesmente desconhecimento meu.
Eu não tenho conta lá e sempre assumi que fosse apenas mais uma maneira de dizer porcaria como o Facebook, com a diferença de ser em poucos caracteres. Porcaria por porcaria, acabo por preferir quando tem mais conteúdo. Costuma ter mais piada.
No entanto, quando vejo a quantidade de assuntos que saltam para a comunicação social vindos de lá, fico sem perceber nada. É que os assuntos são tão diversos e muitas vezes tão sem sentido que realmente não entendo como há essa transição. E normalmente é envolvendo pessoas revoltadas contra qualquer coisa. Não sei se é de mim, mas não vejo isso a acontecer tanto nas outras redes sociais. Há estupidez é verdade, mas não costuma dar o pulo para fora da própria rede social tão regularmente.
Parece que agora uma boa parte do jornalismo passa por estar sentado atrás de um computador a ver o que está trending nas redes sociais, e em especial no Twitter, e copiar. Isto já para não falar de muito político que faz do Twitter a sua plataforma de comunicação principal. Quando é que foi que isto passou a ser assim? Raios, já me sinto um velho a falar...
Mas a sério, alguém aí que o utilize regularmente consegue dizer qual é mesmo o fascínio do Twitter?