Um dia é da caça, outro é do exterminador
Apesar de não ser uma actividade que me fascine, acho que a caça, em certas situações, com regras, pode ser praticada. Afinal, sou um urso e os ursos também caçam para comer.
Dito isto, imaginem ser retardado o suficiente para ter orgulho em caçar 540 javalis e veados numa propriedade privada e fechada, juntamente com outros 15 gajos com armas. O orgulho que é participar num massacre e tirar fotos todos contentes a mostrar esse mesmo massacre. Realmente é de encher o peito da coragem e perícia que foram necessárias para realizar tal ato.
Diferenças escabrosas à parte, é o mesmo que eu vir todo pimpão gabar-me de ter terminado uma maratona em primeiro lugar e com um recorde mundial tendo feito a prova de carro, enquanto todos os outros vinham a correr.
Este massacre dos javalis e veados na Azambuja foi tão mau que até os caçadores normais olham para aquilo e dizem "Epá, realmente, isto de matar animais assim não se faz." Isto foi tão terrível que não me admiro nada que os próximos livros do José Rodrigues dos Santos venham a chamar-se "O Manuscrito da Azambuja" e "O Mágico da Quinta da Torre Bela".