Heróis que não se ouvem
Muito se tem falado dos profissionais de saúde e bem. Dos polícias e bem. Dos bombeiros e bem. Dos trabalhadores dos supermercados e bem. Todos eles mostraram uma valia inestimável durante estes tempos de pandemia.
No entanto, há dois heróis de que ninguém fala. Dois heróis que não se ouvem. Falo obviamente dos dois intérpretes de Língua Gestual Portuguesa.
Saíram da sua caixinha no canto da televisão e passaram a seguir os políticos para todo o lado. Quando é necessário transmitir alguma mensagem ao país lá estão eles. Inicialmente, os dois juntos, revezando-se durante a mesma conferência de imprensa, e agora, individualmente.
Estes heróis estão, desde o início, ali presentes, sem nunca terem sido substituídos. A Diretora-Geral da Saúde quer dizer alguma coisa? Lá estão eles! A Ministra da Saúde? O Primeiro-Ministro? O Presidente da República? Lá estão eles!
Quando muitos de nós nem sequer percebemos o que estas figuras nos dizem, só imagino a dificuldade que é tentar transmitir por gestos. Digo mais, fosse eu, e o mais provável era aproveitar a oportunidade para fazer outros gestos ali pelo meio.
Sendo assim, um muito obrigado ao senhor e à senhora intérpretes de Língua Gestual Portuguesa por este duro trabalho que é transmitir a mensagem dos políticos/autoridades portugueses e por já me terem ensinado como fazer os gestos para “coronavírus” e “casa”.