É fácil ser vidente
Aquando da morte de George Floyd pela polícia, escrevi um texto que continha esta parte:
Esta situação toda que deveria levar a manifestações de defesa de direitos humanos, independente da cor, foi aproveitada e desvirtuada, levando a pilhagens, tumultos, motins, e ataques às forças de autoridade. Isto é uma mistura explosiva. Num país em que qualquer pessoa pode ter uma arma, em que a criminalidade é violenta e que a ação policial é conhecida por ser musculada, entramos em ciclo na perpetuação de preconceitos e de violência. Nada de bom vai sair dali.
Três meses entretanto passaram e, pasme-se, acertei. Só não acerto é no Euromilhões, mas o facto de não jogar também não ajuda. A verdade é que também não foi assim muito complicado. Não é preciso ser grande vidente para adivinhar que violência iria gerar mais violência e que radicalismo iria gerar mais radicalismo.
A História realmente tende a repetir-se e, cada vez mais, estamos a ficar com um contexto social parecido com o de há 100 anos. Depois fica toda a gente espantada como se chegou a tal, enquanto se aponta dedos aos outros.