Rock In Rio da tecnologia
Arrancou mais uma edição do Rock In Rio da tecnologia, a Web Summit. Tal como para o primeiro a música não é o mais importante, também para o segundo a tecnologia é apenas acessório. O que realmente interessa é ver e ser visto.
Infelizmente, por muito que façam este ano ou nos seguintes, nenhuma edição da Web Summit alguma vez será tão boa como a de 2020. O ano passado viu-se que dava para fazer tudo online sem ser preciso aqueles milhões todos que o Estado português decidiu investir para que o evento ficasse em Lisboa por 10 anos.
O que é bastante curioso num evento como a Web Summit, quase uma exemplificação do capitalismo, é a sua forte semelhança com a Festa do Avante!, um símbolo do comunismo português. Ora vejamos:
- Dizem ter como objectivo ajudar os mais fracos;
- Baseiam-se fortemente em trabalho voluntário;
- Recebem grande apoio das autarquias onde são realizadas;
- Vários convidados falam coisas alheadas da realidade;
- Fazem culto da ideologia;
- Vendem merchandising desse mesmo culto da ideologia.
Nesse último ponto, para manter a tradição e simultaneamente adaptar-se aos novos tempos, espero que este ano o Paddy Cosgrave também tenha colocado à venda na Web Summit máscaras da marca de roupa da mulher a 700€ cada. Mas não eram umas máscaras quaisquer. Obviamente seria uma edição super-limitada constituída por 50 peças numeradas. Só assim faria sentido. Aposto que iriam esgotar num instante. Se não o fizeram, fica aqui a ideia, que é o mais importante nisto do empreendedorismo, pelo que dizem.