Desde o início deste caso da morte de George Floyd que queria escrever um texto sobre o assunto, mas não queria que fosse a quente, porque assuntos destes não devem ser vistos precipitadamente. Como a temperatura sobre este caso está cada vez maior e não parece baixar decidi então avançar, mesmo podendo fazer julgamentos precipitados face ao que se possa vir a saber no futuro.
Este é um caso que me deixou bastante confuso. Não é normal ver-se um homicídio de uma pessoa gravado. Mais, não é normal ver-se o homicídio de uma pessoa ser efetuado por um agente da autoridade, alguém que deveria saber a lei e fazê-la cumprir adequadamente.
Deixou-me confuso também pelo facto de os agentes envolvidos terem sido logo demitidos, mas terem passado quatro dias até o responsável pela morte de George Floyd ser detido e acusado. Quando os despediram, podiam muito bem detê-los na mesma altura.
Finalmente, deixou-me confuso pela associação da morte logo a racismo. O que eu vi foi um homem algemado, imobilizado, a dizer que não conseguia respirar, enquanto um polícia tinha o joelho sobre o pescoço dele, sufocando-o. Neste comportamento eu vejo um abuso da autoridade misturado com um uso excessivo e desproporcional da força. Foi o racismo que fez os agentes procederem daquela forma? Não sei. Tanto pode ter sido como não. No entanto, não há nada ali que me diga que se tivesse sido numa detenção de um homem branco as ações tivessem sido diferentes. Agora que o agente foi detido, provavelmente irão investigar e ver se já teria outros casos anteriores que indiquem comportamentos racistas ou outros casos de violência policial, mas de momento ainda não se sabe de nada. Teremos de esperar para ver, sabendo que, independentemente das circunstâncias, será preciso que a Justiça cumpra a sua função e puna os culpados adequadamente.
Esta situação toda que deveria levar a manifestações de defesa de direitos humanos, independente da cor, foi aproveitada e desvirtuada, levando a pilhagens, tumultos, motins, e ataques às forças de autoridade. Isto é uma mistura explosiva. Num país em que qualquer pessoa pode ter uma arma, em que a criminalidade é violenta e que a ação policial é conhecida por ser musculada, entramos em ciclo na perpetuação de preconceitos e de violência. Nada de bom vai sair dali.
Podemos dizer com certeza absoluta que George Floyd foi morto devido a racismo? Não, não podemos. Podemos dizer que os incidentes posteriores vão despoletar mais racismo? Sem dúvida!
Quem está no LinkedIn e recebeu contactos para emprego provavelmente já viu esta frase ou semelhante. Parece ser uma espécie de frase padrão de recrutamento. Normalmente quando a vejo é logo um sinal de alerta para com o recrutador que está a fazer a investida.
Primeiro, como é tão utilizada, deixa logo de ter grande efeito. É só mais um dos "novos desafios".
Segundo, porque não indicam sequer detalhes mínimos do que pretendem, havendo a enorme possibilidade de estarem a fazer perder o meu tempo a candidatar-me para algo que à partida não era o que estavam à procura. Cada um sabe o valor que dá ao seu tempo e eu cada vez dou mais ao meu.
Terceiro e mais importante, porque dizem que é um novo desafio. Aparentemente deve haver uma ideia difundida pelos recrutadores que as pessoas têm de estar sempre à procura de novos desafios. Não se pode estar descansado a fazer-se o que se gosta e ir aprendendo coisas novas. Não! Novos e mais novos desafios, como se fossemos todos uns viciados em adrenalina que precisam de estar a ser constantemente desafiados.
Ora, juntando esta última razão à anterior, penso sempre que me vão propor para um desafio radical, como fazer paraquedismo ou ser motorista de autocarro no Iraque, quando na realidade só estão interessados que vá fazer mais ou menos a mesma coisa que já faço, mas noutro sítio.
Portanto, recrutadores, se querem continuar a escrever convites genéricos, mas que sejam atrativos, que tal algo do género: «Estás disponível para abraçar um novo emprego em que vais fazer a mesma coisa, mas a ganhar mais?». Acho que os candidatos ficariam muito mais satisfeitos.
Não estranhem esta vaga de crimes que tem acontecido ultimamente. Isto são só os criminosos a tentar recuperar os homicídios, roubos e agressões que ficaram pendentes durante os meses de Março e Abril devido ao confinamento.
Deixem ver se percebi bem o que se passou ontem no Big Brother... Logo no Dia Internacional Contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, dois concorrentes a votos, um homossexual e um que fez comentários homofóbicos, o expulso é o homossexual. A ironia.
Mas atenção, bem o Big Brother a não disciminar nas expulsões.
Muito se tem falado dos profissionais de saúde e bem. Dos polícias e bem. Dos bombeiros e bem. Dos trabalhadores dos supermercados e bem. Todos eles mostraram uma valia inestimável durante estes tempos de pandemia.
No entanto, há dois heróis de que ninguém fala. Dois heróis que não se ouvem. Falo obviamente dos dois intérpretes de Língua Gestual Portuguesa.
Saíram da sua caixinha no canto da televisão e passaram a seguir os políticos para todo o lado. Quando é necessário transmitir alguma mensagem ao país lá estão eles. Inicialmente, os dois juntos, revezando-se durante a mesma conferência de imprensa, e agora, individualmente.
Estes heróis estão, desde o início, ali presentes, sem nunca terem sido substituídos. A Diretora-Geral da Saúde quer dizer alguma coisa? Lá estão eles! A Ministra da Saúde? O Primeiro-Ministro? O Presidente da República? Lá estão eles!
Quando muitos de nós nem sequer percebemos o que estas figuras nos dizem, só imagino a dificuldade que é tentar transmitir por gestos. Digo mais, fosse eu, e o mais provável era aproveitar a oportunidade para fazer outros gestos ali pelo meio.
Sendo assim, um muito obrigado ao senhor e à senhora intérpretes de Língua Gestual Portuguesa por este duro trabalho que é transmitir a mensagem dos políticos/autoridades portugueses e por já me terem ensinado como fazer os gestos para “coronavírus” e “casa”.
Eu gostava que um dia destes a cura para a COVID-19 fosse descoberta a anunciada numa notícia online. No entanto, teria um pequeno twist. Este anúncio só estaria no interior da notícia, visível apenas para quem fosse abrir e ler a notícia.
Seria algo como "Vacina ainda em testes", em que de início seria descrito que as farmacêuticas continuavam em testes mas, lá para o meio da notícia, diria que nesse processo de testes foi descoberto que quem fizesse X, Y e Z ficaria livre de apanhar o vírus.
Era uma boa maneira de castigar todos aqueles que gostam muito de comentar notícias com base no headline, sem minimamente ler o conteúdo.