Vergonhosa. É como se pode classificar a prestação portuguesa nos jogos frente à Dinamarca e Finlândia. Apesar do resultado frente à selecção dinamarquesa ter sido o mais pesado, não o achei preocupante no geral. Foi um jogo amigável e serviu para se testarem novas opções. Após este jogo é que aconteceu algo que não estava à espera. O desacreditar de Scolari nas capacidades dos jogadores que convocou. Desacreditar esse que passou para dentro do balneário, tanto seleccionador como jogadores a considerarem muito bom um empate frente à Finlândia, desculpando-se com a má forma física. Se havia jogadores em má forma física então é culpa do Scolari em tê-los convocado, mas não acredito que estivessem em pior forma do que no final da época passada, antes do Mundial. Estranho é que apenas vieram com essa conversa após a derrota exemplar contra a Dinamarca. Durante os dois jogos não reparei em qualquer indício de má forma física nos jogadores que levasse a tão insistentes declarações. Pode-se afirmar que o Ricardo Costa está em baixo de forma, mas é algo já instríseco nele, o anormal seria estar em boa forma. É óbvio que não o culpabilizo por isso, quem deve ser responsabilizado é quem quem o convoca e, pior que isso, o mete a titular. A expulsão do Ricardo Costa foi o melhor que poderia acontecer a Scolari. Permitiu-lhe defender o empate para agora poder afirmar que foi um bom resultado dada a inferioridade numérica. Portugal poderia e deveria ter feito mais, mesmo reduzido a dez jogadores notou-se que com trocas rápidas de bola e jogadas colectivas a Finlândia abanava. Mas para Scolari estava bom um empate, abdicou praticamente do ataque face a uma selecção finlandesa que não abdicou da defesa. Juntou-se uma equipa que não queria ganhar a outra que não queria perder. Não é dos resultados que me queixo, é muito normal acontecerem, mas da mentalidade que levou a esses resultados. Agora é esperar pelos próximos jogos e ver se pudemos "dar graças a Deus" por conseguirmos chegar com 7 ou 8 pontos até final do ano.
Um dos aspectos que me tem vindo a preocupar é a incapacidade da selecção portuguesa em virar resultados. A última vez que me recordo que Portugal começasse a perder e acabasse por ganhar foi no Euro 2000 frente à Inglaterra. Desde então não me lembro de outra ocasião em que tenha acontecido. Normalmente Portugal não começa a perder, mas é algo que se pode tornar mais preocupante em jogos vindouros face a selecções com os mesmos objectivos que portugal, ou seja, o apuramento.