Os Xutos já morriam (musicalmente falando), assim naquela da amizade... Até podiam continuar a lançar álbuns, mas faziam um grande favor ao mundo e deixavam de fazer concertos. Eu falei com o mundo e ele disse que agradecia muito se assim fosse. Sim, porque eu e o mundo somos grandes amigos, trocamos confidências e etc e tal. É que já não há paciência para ouvir falar nos concertos deles, apresentam uma certa omnipresença festivaleira, parece que estão em tudo o que é festival.
Com a reabertura do Campo Pequeno voltou à ribalta a tourada. Agora volta e meia há transmissão televisiva onde aparecem comentadores de alto gabarito, quais Gabriel Alves tauromáquicos e, evidentemente, acompanhados pelos respectivos Luís Baila. Apresentam as estatísticas todas, a história dos intervenientes, como se alguém quisesse saber aquilo para alguma coisa. As pessoas querem ver é quando o touro vai atirar o cavaleiro ao chão e dar-lhe umas valentes cornadas, o que, infelizmente, raras vezes acontece. Por outro lado existem os forcados, arte exclusivamente portuguesa, que têm um combate mais "justo", apesar de tudo. Não têm cavalos que sabem mais fintas que o Ronaldinho ali para os auxiliarem. Para além disso, estão lá como voluntários (com sorte recebem uma cerveja e uma sandes de coirato como recompensa), em oposição aos grandes cachets dos cavaleiros. Um dos outros aspectos em que a tourada se assemelha ao futebol, para além dos comentadores já referidos, é nos comentários dos toureiros após lidarem o touro que é em tudo igual aos dos futebolistas na flash interview após o final do jogo: "Acho que estive bem, o toiro era um bocado manso o que não facilitou, mas o cavalo fez um cruzamento de trivela à Quaresma e permitiu cravar os ferros curtos. Queria agradecer à massa associativa da praça de toiros das Caldas da Rainha pelo apoio dado durante a actuação."