É verdade. Faz hoje precisamente um ano que esta aventura começou. Após um ano de existência o blog já conquistou Portugal inteiro e, quiçá, a Amadora. No futuro, o mundo conhecerá o poder Dentro de Casa. O meu agradecimento às 3 ou 4 pessoas que lêem o blog e aos meus colaboradores, sem eles isto não seria possível... quer dizer... seria possível, mas não era a mesma coisa. Stay in the house!
Acabado o Mundial e tendo como vencedora a selecção italiana é altura para um pequeno resumo/reflexão sobre a participação das várias selecções nesta competição.
Grupo A
Alemanha - a selecção anfitriã proporcionou uma boa surpresa a quem não esperava muito dela. Demonstrou uma boa organização táctica e teve como principais destaques os dois pontas-de-lanças, Klose e Podolski, e o defesa Lahm. Conseguiram chegar ao último lugar do pódio ao vencerem Portugal por 3-1.
Costa Rica - realizaram o seu melhor jogo frente à Alemanha ao conseguirem marcar 2 golos, mas acabando derrotados por 4-2. A sua principal figura foi o veterano Wanchope. Fizeram o que lhes competia, não ganhar qualquer jogo e ficarem em último lugar no grupo.
Equador - uma das surpresas do Mundial ao vencer os dois primeiros jogos e garantido desde logo o apuramento para os oitavos-de-final, onde foram eliminados pela Inglaterra. Figuras de principal destaque: Tenório, Valencia e De La Cruz.
Polónia - o que não se esperava do Equador esperava-se da Polónia, ou seja, seriam os mais óbvios candidatos ao 2º lugar do grupo A, o que não aconteceu. Da forma como se apresentaram neste Mundial ninguém sentiu a sua falta no resto da competição (excepto os polacos e mesmo esses tenho as minhas dúvidas...). Parece ponto assente que ultimamente a Polónia não se dá bem com os Mundiais. Mesmo assim destacou-se o guarda-redes Boruc ao realizar boas exibições, especialmente a frente à Alemanha.
Grupo B
Inglaterra - candidata a vencer o Mundial? Só mesmo na cabeça dos ingleses. Realizaram o seu melhor jogo contra a Suécia, apesar de ter acabado com um empate a duas bolas. Foram eliminados nos quartos-de-final mais uma vez pelo Ricardo... errrr... por Portugal nas grandes penalidades. Destaques individuais: Hargreaves, Joe Cole e Rio Ferdinand.
Paraguai - conseguiram ganhar o último jogo frente a Trinidade e Tobago e tentaram criar algumas dificuldades aos restantes elementos do grupo. Passagem discreta na competição. Conseguiu-se ainda destacar Bobadilla e Paredes.
Suécia - no geral foi uma selecção desinspirada e, com pena minha, foram eliminados nos oitavos-de-final pela Alemanha. Ljungberg, Ibrahimovic e Larsson nunca chegaram a aparecer e prova disso foi o empate logo no primeiro jogo contra a fraca selecção de Trinidade e Tobago. Mais uma vez foi um guarda-redes a destacar-se, Isaksson.
Trinidade e Tobago - pela primeira vez num Mundial e logo com um empate frente à Suécia. É daquelas selecções que não sabem muito bem como conseguiram estar num Mundial, mas "dão o litro" para fazerem o melhor possível enquanto lá estão. Hislop e Theobald (ou como eu carinhosamente gosto de lhe de chamar, "Baldezinho") foram as figuras a destacar.
Grupo C
Argentina - uma das candidatas ao título e que no campo confirmou isso, apesar de ter sido eliminada nos penalties pela Alemanha, nos quartos-de-final. Fez uma fase de grupos exemplar, onde a goleada por 6-0 à Sérvia e Montenegro foi o ponto alto. Tornou-se demasiado dependente de Riquelme e isso poderia-lhe ter custado caro frente ao México, mas o melhor golo do Mundial de Maxi Rodriguez resolveu isso. Mais tarde a conta em atraso foi-lhe apresentada pela Alemanha. É difícil distinguir alguém numa equipa da Argentina que funcionou como um grupo, mas essa referência vai para Maxi Rodriguez e Javier Mascherano.
Costa do Marfim - das selecções que apresentou melhor futebol, mas que teve o azar de estar no "grupo da morte". Provavelmente em qualquer outro grupo teria conseguido passar à próxima fase, mas não neste grupo. Espera-se muito desta Costa do Marfim no futuro. Kone e Zokora deixaram marca nesta prova.
Holanda - fez uma boa prova. Nada digno de "laranja mecânica", mas mesmo assim uma boa competição. Eliminada por Portugal nos oitavos-de-final, num jogo que entrou para a história pelos piores motivos (maior número de cartões num Mundial de sempre). Demonstraram ainda falta de carácter e fair play, só coisas boas... Melhor jogador holandês: Robben.
Sérvia e Montenegro - uma selecção que prometia muito e afinal deu em nada. Primeira e última participação num Mundial como Sérvia e Montenegro. Fizeram uma tão má participação que nem é possível destacar individualidades.
Grupo D
Angola - antes do Mundial apresentava problemas defensivos, durante o Mundial foi aí o seu ponto mais forte. Equipa muito coesa, mas só com 1 golo no último jogo tornou-se impossível a passagem aos oitavos-de-final. Faltou a magia africana ao seu jogo. Destacaram-se João "o desempregado" Ricardo, Mendonça e Zé Kalanga.
Irão - tinha possibilidades de discutir o apuramento com o México ou Portugal, mas não se veio a verificar. Produziram a espaços futebol bastante agradável, mas não chegou nem para vencer Angola. Destaques: Teymourian e Mahdavikia.
México - demonstraram que não são uma equipa vulgar. Apesar de eliminados nos oitavos-de-final pela Argentina deixaram uma boa imagem. Demonstraram ter jogadores de qualidade, tais como Rafael Marquez, Zinha, José Fonseca ou Guardado.
Portugal - foi um orgulho para todos os portugueses com o 4º lugar. Demonstraram espírito de grupo em jogos como o contra a Holanda. No jogo decisivo contra a França faltou-lhes mais garra e ir para cima dos franceses, nesse ponto Scolari teve a sua culpa. Parecia que, para ele, Portugal mais cedo ou mais tarde acabaria por marcar. Pode-se dizer que faltou um lance de génio de Nossa Senhora do Caravaggio que conseguisse resolver o jogo e com as substituições esgotadas nada houve a fazer. Mas também é culpa de Scolari Portugal, passados 40 anos, estar de novo numas meias-finais de um Campeonato do Mundo e, por isso, merece o nosso agradecimento. Jogadores de destaque: Ricardo, Miguel, Fernando Meira, Ricardo Carvalho, Maniche e Figo (a espaços).
Grupo E
Estados Unidos da América - gosto dos americanos. No futebol entenda-se. E porquê? Porque não são nada de especial. Mas ao mesmo tempo são lutadores, sabem que não os melhores, sabem que ninguém do seu país espera alguma coisa deles (provavelmente nem sequer sabem da sua existência) e mesmo assim combatem bastante. Ficaram logo na fase de grupos. Destacou-se a força do colectivo e dentro dele Bocanegra e Donovan.
Gana - a única selecção africana a conseguir passar a fase de grupos. Tiveram do futebol mais atractivo no Campeonato do Mundo, mas foram eliminados pela experiência do Brasil e pela sua própria falta dela. Gyan, Muntari e Appiah foram as estrelas desta equipa.
Itália - a vencedora deste Campeonato do Mundo. Demonstraram ser a equipa mais equilibrada e constante ao longo da prova, onde o cinismo da squadra azurra foi visível, por exemplo contra a Alemanha. Buffon, Zambrotta, Cannavaro e Pirlo foram gigantes ao longo do Mundial.
República Checa - a desilusão do Mundial. O desgaste físico de jogadores como Nedved e Poborsky agravado pela lesão de Koller culminou numa eliminação prematura da prova logo na fase de grupos. Deu ainda para ver a qualidade de Cech, Rosicky e Koller (enquanto não se lesionou).
Grupo F
Austrália - desde o início do Mundial tive um pressentimento que iam conseguir passar a fase de grupos. Acabaram por ser eliminados pela Itália através de uma grande penalidade inexistente. Foi um castigo injusto para esta equipa que tanto lutou. Mais uma vez foi o espírito de equipa que se evidenciou. Principais figuras: Cahill, Emerton, Kewell e Bresciano.
Brasil - outras das desilusões do Campeonato do Mundo. Após a fase de grupos, tal era a forma que o Brasil jogava que se esperava a qualquer momento a sua eliminação. Tal não se verificou contra o Gana, mas a França, com toda a sua experiência, foi implacável nos quartos-de-final. Esperava-se que Ronaldinho, Adriano, Roberto Carlos, Ronaldo aparecessem a alto nível, mas foram Káká e Zé Roberto a brilhar.
Croácia - após a exibição frente ao Brasil, apesar da derrota, pareciam ter todas as condições para passar. Tal não aconteceu. Azar. Srna e Kranjcar demontraram qualidade acima da média croata.
Japão - uma equipa com um treinador experiente (apesar de não o achar grande treinador) e com jogadores experientes nestas andanças de Campeonatos do Mundo apresenta muitas amostras de amadorismo. Foram bem eliminados. Sayonara. Kawaguchi e Nakata foram figuras de destaque na selecção nipónica.
Grupo G
Coreia do Sul - esteve a um passo de se qualificar e até seria justo. Pelo menos seria justo não apanhar com a arrogância e mania de superioridade franceses. O futebol asiático esteve mal nesta prova. Park e Ahn destacaram-se.
França - fizeram o suficiente para passar a fase de grupos e depois eliminaram Espanha e Brasil nos oitavos e quartos-de-final, respectivamente. O jogo contra Portugal foi bom até ao golo francês, a partir daí foi defender o resultado a todo o custo, aliado a alguma ineficácia ofensiva portuguesa. Na final aconteceu o mesmo, só que a Itália não é Portugal e pouco depois conseguiram igualar. Mereceram perder nos penalties, até porque o Barthez podia ficar ali a noite inteira que não ia apanhar uma bola. Esta final ficou marcada pela despedida de Zidane dos relvados enquanto jogador e pode-se dizer que foi uma saída com cabeça. O seleccionador francês Domenech pode ser considerado o maior pedaço de cócó que alguma vez treinou uma selecção. Figuras em evidência na selecção gaulesa: Thuram, Makelele, Vieira, Ribéry e Zidane.
Suíça - foram eliminados nos oitavos-de-final pela Ucrânia sem sofrer qualquer golo na prova. Pode-se considerar uma saída inglória de umas das selecções mais consistentes do Mundial. Senderos, Frei e Barnetta destacaram-se numa muito bem estruturada selecção helvética.
Togo - selecções como o Togo não fazem falta nesta competição. Saída do seleccionador nas vésperas do início do Mundial, exibições banais. Nada a destacar. Zero.
Grupo H
Arábia Saudita - não apanhou nenhuma goleada (comparada com o último Mundial). Marcou 2 golos. Fez 1 ponto. Falam árabe. Só falta terem petróleo para serem os maiores. Al Kahtani rullez!
Espanha - começaram com uma goleada por 4-0 contra a Ucrânia a prometer muito, mas rapidamente esse efeito passou e foram eliminados sem dó nem piedade pela França nos oitavos-de-final por 3-1. Fernando Torres e David Villa foram os que se destacaram mais.
Tunísia - não apanhou nenhuma goleada. Marcou 3 golos. Fez 1 ponto. Falam árabe. Mas não são os maiores. Só se metade dos jogadores fossem como o Trabelsi.
Ucrânia - começaram com a derrota expressiva contra a Espanha, mas rapidamente se recompuseram (também neste grupo era difícil não o fazerem). Conseguiram ir até aos quartos-de-final, que é bom como primeira participação, onde foram eliminados pela Itália. Shevchenko não se viu, mas viram-se Tymoschuk, Voronin e Kalinishenko.