O Cárnávau
Não, não vou falar de Carnavais abrasileirados em Portugal, que se revela uma das mais recentes importações de cultura (?).
Pronto, falo só um bocado.
Acho nojento. Execrável. Abominável. Estúpido. De vomitar.
É assim portugueses: NÓS ESTAMOS NO INVERNO, OK? Brasil: Verão. Portugal: Inverno.
Acham assim tão estranho termos tradições carnavalescas de Trás-os-montes e afins com fatos de caretas, todos tapadinhos, às cores, tipo palha? Eu cá não. Chama-se tradição e, provavelmente, os fatos estão adaptados para épocas frias.
Dá-me imensa angústia viver num país com alguns aspectos da cultura importados. Sinceramente. Vamos mesmo perdendo a identidade, a meu ver.
Hoje de manhã liguei, infelizmente, a televisão. Pus sem querer na TVI. Vi um dos espectáculos mais deprimentes dos meus últimos tempos. Mas caramba...era a TVI.
Enfim, resumia-se a uma espécie de mulher gorda e mal vestida a olhar para o vazio, abanava levemente os tornozelos e debitava palavras com sotaque brasileiro para o microfone. Ela NÃO sabia cantar. Os dançarinos lá faziam o habitual "Samba português", que não passa de uma espécie de ataque epiléptico misturado com comichão nas virilhas.
Mais tarde, na RTP. Em directo da Mealhada ou o raio que o parta. "Ensaio" para o sambódromo. 5 mulheres gordas, branquicelas e feias abanavam as pernas e soltavam poeira. Tive esperança de se engasgarem com o ar. Os ditos rapazes da dança, com a pandeireta a girar num dedo, pareciam vindos de Marte, providos de óculos escuros. Pareceu-me que estavam a competir uns com os outros para ver quem comprou o par mais foleiro.
Adiante. Fui para o Parque das Nações. (Pior decisão do dia nº 3, a seguir aos acontecimentos televisivos)
Eu e a minha namorada fomos alugar bicicletas para podermos pedalar livremente pelo parque, ao lado do rio.
5 minutos depois, entramos num mar de renda barata e com cores berrantes colados a corpos de miúdos com menos de 11 anos. A situação torna-se impossível quando 90% dos pais lisboetas e dos arredores decidem ir passear todos para o mesmo sítio. Trazem os pais/avós mascarados de punks ou palhaços e cá estamos todos a passear e a ocupar o passeio em toda a sua largura. "Viva o Carnaval", pensei eu. Em 1995.
Outra coisa que não está ao meu alcance é a recente moda do Noddy.
Encontrei uns 700 miúdos mascarados de Noddy. Onde está um Zorro? Um Homem-Aranha? Uma Tartaruga Ninja?
No final do dia, eu e a minha namorada planeávamos maneiras de matar e estropiar os miúdos mascarados de Noddy.
Não gosto do Carnaval já.
Pronto, falo só um bocado.
Acho nojento. Execrável. Abominável. Estúpido. De vomitar.
É assim portugueses: NÓS ESTAMOS NO INVERNO, OK? Brasil: Verão. Portugal: Inverno.
Acham assim tão estranho termos tradições carnavalescas de Trás-os-montes e afins com fatos de caretas, todos tapadinhos, às cores, tipo palha? Eu cá não. Chama-se tradição e, provavelmente, os fatos estão adaptados para épocas frias.
Dá-me imensa angústia viver num país com alguns aspectos da cultura importados. Sinceramente. Vamos mesmo perdendo a identidade, a meu ver.
Hoje de manhã liguei, infelizmente, a televisão. Pus sem querer na TVI. Vi um dos espectáculos mais deprimentes dos meus últimos tempos. Mas caramba...era a TVI.
Enfim, resumia-se a uma espécie de mulher gorda e mal vestida a olhar para o vazio, abanava levemente os tornozelos e debitava palavras com sotaque brasileiro para o microfone. Ela NÃO sabia cantar. Os dançarinos lá faziam o habitual "Samba português", que não passa de uma espécie de ataque epiléptico misturado com comichão nas virilhas.
Mais tarde, na RTP. Em directo da Mealhada ou o raio que o parta. "Ensaio" para o sambódromo. 5 mulheres gordas, branquicelas e feias abanavam as pernas e soltavam poeira. Tive esperança de se engasgarem com o ar. Os ditos rapazes da dança, com a pandeireta a girar num dedo, pareciam vindos de Marte, providos de óculos escuros. Pareceu-me que estavam a competir uns com os outros para ver quem comprou o par mais foleiro.
Adiante. Fui para o Parque das Nações. (Pior decisão do dia nº 3, a seguir aos acontecimentos televisivos)
Eu e a minha namorada fomos alugar bicicletas para podermos pedalar livremente pelo parque, ao lado do rio.
5 minutos depois, entramos num mar de renda barata e com cores berrantes colados a corpos de miúdos com menos de 11 anos. A situação torna-se impossível quando 90% dos pais lisboetas e dos arredores decidem ir passear todos para o mesmo sítio. Trazem os pais/avós mascarados de punks ou palhaços e cá estamos todos a passear e a ocupar o passeio em toda a sua largura. "Viva o Carnaval", pensei eu. Em 1995.
Outra coisa que não está ao meu alcance é a recente moda do Noddy.
Encontrei uns 700 miúdos mascarados de Noddy. Onde está um Zorro? Um Homem-Aranha? Uma Tartaruga Ninja?
No final do dia, eu e a minha namorada planeávamos maneiras de matar e estropiar os miúdos mascarados de Noddy.
Não gosto do Carnaval já.